sábado, 25 de dezembro de 2010

por estar a trabalhar neste dia

Lab face
heavenly shades of night are falling it's twilight time, thinking outside the tick box on the last day of the past, to ready my selves for an inurement of toilI'm sauntering over to a cheap eats turn at the food court, a bit of a do and a bite to eat,something to help stave off hollering inertia everything’s in the planning stages but I really should leach the gel that carries the signal from node to screen, add some figures to this year's calculations,then add some lines to the homilies as followsDear toddlers I loved the 80s (my true thoughts)drinking ginger beer in Uzbekistan beside huge black and white photos of mosque restorationalong a corridor of murals a corridor of communist heroes jumping up and down on the spot in time to a band called Soft Cell,papering the walls with posters of pink champagne,re-registering on the electoral roll, ah, the heady 80sbut later, tonight, knowing this is the last century of which I'll partake, (my lassitude, my disbelief, and mon dieu, my grief) I'll lie on the laboratory couch(I'm looking forward to it too)marvelling at how my little egg doth pong

- Lab Face, Pam Brown

domingo, 12 de dezembro de 2010

Jerusálem e mais além

Será que é desta que vou até Israel? Já começaram os planos. E já tenho ideias para as próximas: Istambul, Sófia, Bucareste, Moscovo...

domingo, 5 de dezembro de 2010

I wish i was



Homeward bound, Simon & Garfunkel

Homage to one of my sisters


they don't fit into little
pretty places. these hips
are free hips.
they don't like to be held back.
these hips have never been enslaved,
they go where they want to go
they do what they want to do.
these hips are mighty hips.

- Homage to my hips, Lucille Clifton

o cimento invade


(Pela falta da Nikon, e pela falta de um arquivo decente aqui e agora...A falta de qualidade também se deve publicar.)


Tarde de chuva

Como diria o meu pai: - Chove copiosamente! Não me canso de apreciar as bátegas de água a cair no chão. Chove tão fortemente que nem consigo ver. Só as nuvens se adensam em colunas, lembrando uma força qualquer a cair na terra. Aproxima-se um vento veloz, que sacode as árvores, desorientando-as. A tempestade passa por aqui, e as únicas coisas calmas são as luzes de presença das casas e dos candeeiros públicos.

A chuva chama-me à janela. Quando me volto, o vento parece que pede atenção. Dois relâmpagos acedem-se, e imediatamente ouvem-se os ecos. A tempestade está aqui diante de mim, como um espectáculo. Se aqui estivesses ficarias fascinado com os clarões, e dirias que quem dera que durasse até à noite, para ter mais impacto. E fazes contas, - vezes a velocidade do som, vezes a velocidade da luz…Começa a afastar-se, desiludes-te.

O ambiente torna-se mais claro. Consegue-se ver o rio a transbordar lá ao longe, e as terras castanhas, feridas pela água.

Venho para o quarto, onde a temperatura está amena, e o cheiro a detergente da roupa impregna o ar. Sento-me à beira da cama, e pela fresta da varanda consigo ver outra vez a chuva a voltar intensamente. E muito depressa a noite entorna-se como uma tinta no algodão. Empapa o céu. As estrelas cá de baixo penduram-se nas casas, nos carros, nas ruas. Eu leio em voz alta um daqueles inúmeros livros que deixei a meio – A árvore das palavras, Teolinda Gersão. Para não me cansar. Tenho um propósito: dar um fim a tudo o que abandonei. A chuva faz-me pensar, e já é assim há muito tempo.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Tempo das nabiças

A tarde torna-se azul marinho. A luz é a de Novembro ao anoitecer, mas como é apenas o quarto dia do mês do Natal, ainda existe no ar este cheiro e esta cor de Outono.

O Outono…, e as pequenas luzes ao longe nas casas, nas ruas, nas estradas, nos carros, a cintilarem com o movimento da frequência da corrente eléctrica ou com a velocidade e a deslocação do ar… As grandes folhas dos plátanos fazem tapetes no chão do Choupal. Quando passamos por lá sentimos os pés quentes, como se atravessássemos uma alcatifa comprida com candeeiros altos.

O ar cheira a lareiras acesas, a chaminés fumegantes, e a xailes pretos a correr nas esquinas, levando braçados de lenha para aquecer a noite. A noite vem fria, embora hoje haja nuvens, e não vá gear. Mas, se gear, tanto melhor: diz que deixa tenras as couves galegas.

Queria-te aqui, avó, para irmos de manta na cabeça às nabiças e às laranjas. Esta noite fazias sopa e, no serão, escolhíamos a rama que veio misturada nas azeitonas. Amanhã queres levar os alqueires ao lagar. Vêm cá buscá-los, precisas das azeitonas escolhidas. A tua almotolia está sempre cheia de veludo… Queria-te aqui, para te dizer que as tuas batatas fritas com ovo estrelado…

A cor do céu fica mais escura e depressa. Tenho lembranças vivas, e saudades presas, daquelas que envelhecem sozinhas, e que vão adquirindo sabedoria à medida que o tempo passa…, como acontece com as pessoas.

Ouço a Obertura de Mendelson. Fico aqui nostálgica, a pedir uma viagem para longe. Israel? Talvez, minha Li. Até já sonho com esse dia. Mas, até lá fica comigo a inércia dos dias.